quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Trechos do podcast de Diogo Mainardi

O lulismo tentou usar os tribunais para sufocar os jornalistas. E se deu mal. O que aconteceu foi o contrário. Os processos contra os jornalistas, em particular os da VEJA, ajudaram a criar uma base jurídica em garantia da liberdade de imprensa. Eu entrei no bolo. Nos últimos anos, fui mais útil como réu do que como colunista. Nesta semana, saiu outra sentença exemplar: a do juiz Manoel Luiz Ribeiro, que julgou improcedente a ação de Paulo Henrique Amorim contra mim.

Paulo Henrique Amorim é um personagem menor, uma figurinha marginal. Mas o que está atrás dele é algo infinitamente maior. Paulo Henrique Amorim me processou por causa de uma coluna sobre o portal iG. Essa coluna, intitulada “A Voz do PT”, me rendeu um total de dez processos. É isso aí: dez. Foi meu recorde. Dois da Brasil Telecom, dois da Petros, dois do Funcef, um da Previ, um de Mino Carta, dois de Paulo Henrique Amorim. Até agora, oito foram julgados. Papei os oito.

Quem se der ao trabalho de procurar as afinidades políticas dos diretores dos fundos de pensão das estatais encontrará os nomes de sempre: Lula, Luiz Gushiken, José Dirceu. Essa gente fez a maior farra na disputa pelo comando da Brasil Telecom. Esse era o tema da minha coluna. Cito o juiz Manoel Luiz Ribeiro: “A matéria veiculada é de interesse público e a menção ao autor (Paulo Henrique Amorim) decorre da abordagem de fatos também de interesse público. É fato notório que a BRASIL TELECOM adquiriu parte do capital do iG, sendo que aquela pessoa jurídica possui ações de fundos de pensão. Nessa seara é possível dizer que o interesse público em conhecer a destinação dos fundos de pensão legitima o direito de informação. O réu Diogo abordou o tema e, assim fazendo, acabou por mencionar o nome do autor”. Fim.

Site da Veja, 29 de dezembro de 2007

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